ARTIGO DE OPINIÃO: A seguir ao Verão!

18/08/2024 18:20

Os dados do INE recentemente publicados são assustadores: em junho deste ano, as exportações portuguesas caíram 3,8 por cento face ao mesmo mês do ano passado, enquanto as importações baixaram 6,4 por cento. O principal motor da economia portuguesa, que são as exportações, está a falhar. 

Razão para esta acentuada quebra: os clientes europeus, que já em estagnação, estão a cortar as encomendas à indústria portuguesa.

O alerta já tinha aparecido no segundo trimestre deste ano: um crescimento de apenas 0,1 por cento do Produto Interno Bruto português face ao primeiro trimestre, e de 0,3 por cento na Zona Euro.

O cenário de uma crise económica mundial é cada vez mais provável e inevitável.

As famílias estão a pagar os bens e serviços cada vez mais caros e os elevados juros dos empréstimos para a compra de casa, carro e consumo, estão a arruinar os orçamentos mensais. Em resultado desta escassez de dinheiro a procura interna na maior parte das economias está a abrandar.

As empresas estão muito endividadas nos Estados Unidos e na Europa, porque pediram empréstimos avultados antes da subida dos juros e agora os encargos com os juros disparam, e como consequência os bancos têm cada vez mais créditos em risco nestas empresas.

A pressão para a descida das taxas de juros sobre os bancos centrais é cada vez maior. No entanto se os bancos centrais começarem a descer os juros, isso significa que estão a reconhecer os riscos de recessão, agravando ainda mais a quebra de confiança dos agentes económicos no curto e médio prazo.

Em Portugal a crise será importada.

Quando os empregos de verão no turismo e nos serviços associados terminarem, o desemprego e as falências vão disparar.

Em vez de nos precavermos, as propostas e medidas dos dois governos existentes, o da AD e o da oposição, agravam a despesa e diminuem a receita do Estado. 

Quando a crise chegar, nem governo, nem empresas, nem famílias e muito menos os bancos terão capacidade de a enfrentar.

Mais uma vez ninguém diz nada, ninguém avisa, ninguém quer saber. 

Definitivamente não aprendemos com os erros do passado!

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