Na freguesia de Manhouce, em São Pedro do Sul, a “mãe natureza” oferece à espécie humana a oportunidade de se banhar nas águas cristalinas do Poço Negro. Este espaço de veraneio tem sido alvo de uma maior procura nos últimos anos, fruto da divulgação que os visitantes fazem nas redes sociais. O ViseuNow esteve à conversa com o Presidente da Junta de Freguesia de Manhouce, Carlos Laranjeira, que desafia as gentes desta localidade a rentabilizarem o crescimento turístico.
O Poço Negro é um dos cartões de visita do Município de São Pedro do Sul. Apresente-nos este ponto de atração da sua freguesia.
O Poço Negro é um encontro com a natureza. É uma lagoa natural com águas cristalinas, localizada no Rio Teixeira. Aqui as pessoas desfrutam de boa água e uma excelente paisagem. É a natureza no seu melhor, em estado puro. Nesse sentido, não existe qualquer tipo de equipamento como Bar ou WC, nem mesmo caixotes do lixo. A ideia é que as pessoas deixem o local da mesma forma que o vão encontrar. É um local propício ao descanso, já que existe muita sombra para usufruto dos visitantes e mesas para piqueniques. Quando não existe risco de incêndio, alguns visitantes aproveitam o espaço para fazer um churrasco, mas, de momento, é proibido.
Qual a capacidade do local?
Este é um espaço de livre acesso, sem qualquer controlo por parte da freguesia. Mas acredito que consigam estar no local aproximadamente 100 pessoas, garantindo o distanciamento social exigido atualmente.
O Poço Negro é vigiado?
Não é vigiado por nenhum nadador salvador, até porque não se trata de uma praia fluvial. Mas estamos em consonância com as autoridades, para que exista alguma vigia e controlo, de modo a garantir a segurança de todos e a preservação do espaço.
Que pessoas tendem a frequentar o espaço?
O Poço Negro sempre foi conhecido pelas pessoas da freguesia e do concelho. Recordo que até há 20 anos era difícil lá chegar. Nessa altura, foi construído um açude e a empresa responsável pela empreitada fez o atual acesso. De há cinco anos para cá, com o efeito das redes sociais, tem sido fortemente visitado por pessoas de concelhos vizinhos como Arouca, Vale de Cambra, São João da Madeira e Porto. Este ano, noto uma afluência ainda maior, porque na atual situação de pandemia, as pessoas tendem a procurar espaços onde possam contactar com a natureza. Eu nasci em Manhouce e nunca vi tantos turistas como agora. Esta situação deveria ser melhor aproveitada pelo povo de Manhouce. Devem olhar para a questão turística pelo lado positivo, e tirar alguma rentabilidade, para que o turista venha a Manhouce, usufrua das paisagens e das nossas águas, mas também faça compras.
Como é o espaço ao nível de acessibilidade e estacionamento?
As pessoas podem chegar até ao local de carro, mas, por agora, temos o acesso cortado devido às condições climatéricas. As temperaturas são elevadas e, no caso de incêndio, é recomendável que não existam muitos carros no local, pois poderiam colocar em causa alguma evacuação. Em alternativa, podem estacionar o carro no antigo campo de futebol, que fica a sensivelmente 800 metros do Poço Negro.
Que outros pontos de interesse existem nas redondezas?
Todo o Rio Teixeira merece ser visitado. Abaixo do Poço Negro, existem cascatas e locais maravilhosos. Podem visitar o Cruzeiro da Independência, que é um miradouro com vista para a região de Aveiro, onde é possível ver o mar e a ria. As Minas das Chãs, onde são visíveis vestígios da atividade mineira que ali existiu. O próprio encontro com os animais que pastam à beira das estradas na montanha, é imperdível. Mas, acima de tudo, o contacto com as pessoas de Manhouce, que são acolhedoras e estão de coração aberto para o receber.