Turismo do Centro: «sem aeroporto, é prioritário investir nas acessibilidades»

15/05/2024 09:25

Na sequência do anuncio do governo para a localização do futuro aeroporto internacional Luís de Camões em Alcochete, a Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal considera que o Centro de Portugal e todos os que vivem na região «têm razões legítimas para se se sentirem apreensivos».

«O Centro de Portugal tem múltiplas razões de queixa a nível das acessibilidades. Encarar com seriedade esta questão é fundamental para o desenvolvimento do Centro de Portugal, em todas as áreas de atividade – no turismo, de forma evidente, mas também na indústria, na agricultura e em tantas outras», explicam.

O Turismo Centro de Portugal considera que a opção de Santarém «teria sido mais adequado para a coesão territorial».

«Assim, o Centro de Portugal vai continuar a ser a única região do país que não é servida por um aeroporto», atiram.

Confirmada a localização do novo aeroporto em Alcochete, o Turismo Centro de Portugal alerta o governo para a necessidade de investir nas acessibilidades do Centro de Portugal e que «desenvolvam, já a partir de hoje, um plano de mobilidade que sirva de forma adequada todo o território. O Governo sabe que pode contar com a total disponibilidade da Turismo Centro de Portugal para um diálogo construtivo sobre esta matéria».

«A região Centro tem 100 municípios e uma grande parte deles são no interior. É uma região mal servida por ferrovia. As obras da Linha da Beira Alta, que se eternizaram, são um exemplo paradigmático desta realidade incontornável. Um visitante que pretenda percorrer a região por ferrovia não o consegue fazer de forma aceitável. A aposta na mobilidade suave, com reforço da linha ferroviária, é essencial», prosseguem.

Também na rede viária, é, no entender do Turismo do Centro, «prioritário avançar com a transformação do IP3 em autoestrada, assim como executar o prometido IC31, entre a A23 e Espanha, via Monfortinho, entre outras obras que fazem falta. Não menos fundamental é expandir as infraestruturas de carregamento para veículos elétricos (o Centro é, mais uma vez, muito deficitário na mobilidade elétrica, em especial no interior) e aumentar a oferta de transporte público na região, olhando para esta rede de forma holística e integrada».

«São investimentos prioritários e que o país precisa de realizar, sob pena de as assimetrias regionais se agravarem. Estamos certos de que o Centro de Portugal, quem aqui vive, trabalha ou visita, não merece menos do que isto», concluem.

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