O Teatro Viriato assinala o Dia Mundial do Teatro, no próximo dia 27 de março, com a estreia da peça “Oz ou a Estrada”, de Rafa Jacinto e Roberto Terra, da Companhia Ardemente. Inspirada no clássico “O Feiticeiro de Oz”, e dirigida a adolescentes e jovens adultos, om coprodução do Teatro Viriato, “Oz ou a Estrada?” aborda temas como a autodescoberta e a aceitação da diferença.
“O Maravilhoso Feiticeiro de Oz”, de L. Frank Baum, já deu origem a incontáveis adaptações. A obra e, principalmente, o filme de 1939 constituem um marco na história queer pelos temas de autodescoberta, aceitação da diferença e exploração da identidade, que ressoam entre a comunidade LGBTQIA+ de todo o mundo. As alegorias temáticas presentes na narrativa contribuíram ao longo dos anos para uma série de releituras d’“O Feiticeiro de Oz”.
É neste sentido que Rafa Jacinto e Roberto Terra exploram estas matérias para trazer à cena uma nova adaptação, num paralelo com o percurso de autodescoberta e aceitação na adolescência. O espetáculo apresenta, como únicas personagens em palco, Dorothy, Espantalho, Rapaz de Lata e Leo Cobarde, que partem numa jornada de autodescoberta por Oz em busca do famoso Feiticeiro. Pelo caminho, cruzam-se com uma série de obstáculos que terão que ultrapassar. O espetáculo mantém as personagens principais no centro da narrativa, encorajando-as a confiar nas suas próprias jornadas.
A estreia acontece no dia 27 de março, às 15h00, para turmas do 3.º ciclo e do ensino secundário. Repete no dia 28, às 21h00, numa sessão para público geral. No final de cada sessão há uma conversa com a participação da Plataforma Já Marchavas, promovendo a reflexão sobre direitos humanos. Os bilhetes já se encontram à venda na bilheteira e site do Teatro Viriato e na BOL.
Também no Dia Mundial do Teatro, o Teatro Viriato torna público um documento que reúne um conjunto de reflexões sobre o setor das artes performativas.
«Assinalar o Dia Mundial do Teatro com iniciativas que envolvem a reflexão e a criação é reafirmar o papel do Teatro Viriato enquanto lugar de encontro, de escuta do território e de diálogo com diferentes públicos. Um gesto que se deseja prolongado, expandido, multiplicado por muitos outros dias, futuros”, refere António M Cabrita, diretor de Programação do Teatro Viriato.
Em dezembro de 2024, o Teatro Viriato e a Palco D’Argumentos organizaram o Encontro dos Profissionais das Artes Performativas em Viseu. Idealizado pelo encenador Jorge Fraga, a iniciativa teve como objetivo promover a reflexão e a análise crítica, de forma a assinalar as oportunidades e também as dificuldades que o sector das artes performativas no concelho de Viseu tem vindo a atravessar.
O que é ser profissional das artes performativas em Viseu? Que recursos existem? Quais as suas dificuldades? Qual o ponto da situação? O que é necessário e fundamental melhorar? Quem é o público em Viseu e o que tem a dizer? Estas foram algumas das perguntas deixadas pelo encenador, que tinha como preocupação fomentar o mapeamento da realidade artística viseense.
No evento, participaram vinte profissionais deste sector cultural. Durante um dia, partilharam um conjunto de sentimentos, reflexões, angústias e motivações, mas também estratégias que gostariam de ver implementadas no futuro.
O documento redigido pelos moderadores do encontro – Carolina Lyra (doutorada em Artes Cénicas e mestre em Teatro) e Carlos Figueiredo (doutorado em Media Digitais e gestor de projetos europeus na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto) – será partilhado no sítio do Teatro Viriato. Um momento que serve também de homenagem a Jorge Fraga, que inesperadamente faleceu em agosto de 2024, e que tantas vezes celebrou o Dia Mundial do Teatro na companhia do Teatro Viriato.