O estado de conservação do IP5 e as recentes derrocadas na ER 228, em virtude do mau tempo das últimas semanas, o Presidente da Câmara Municipal de Vouzela, Rui Ladeira, vai convidar o novo Ministro das Infraestruturas, João Galamba, a deslocar-se ao concelho, no sentido de se inteirar do estado destas vias tuteladas pelo ministério.
«Queremos que o Sr. Ministro João Galamba tenha conhecimento objetivo e no terreno do que está a acontecer com estas estradas, para ver se não se repete o que aconteceu com o seu antecessor, que em mais de dois meses de insistência para uma audiência em Lisboa nunca respondeu», refere o autarca.
Recorde-se que, em dezembro de 2022, os 14 autarcas da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, onde se inclui o de Vouzela, já tinham tomado uma posição pública relativamente ao estado de degradação do IP5, recordando que, desde a abertura da A25, praticamente não tem sido alvo de obras de beneficiação.
A Autarquia de Vouzela recorda que, em 2019, Rui Ladeira levou o caso à Infraestruturas de Portugal, IP, tendo na altura recebido a informação de que estariam previstas, para 2022, obras de requalificação do piso e nova sinalização, «o que não aconteceu».
«Cerca de três anos após as tempestades Elsa e Fabien terem provocado vários danos na Estrada Nacional (ER) 228 em Vouzela, a via continua sem sofrer obras de fundo. A estrada chegou a estar encerrada ao trânsito durante cerca de um ano, depois de várias derrocadas terem arrastado parte do piso», acrescenta a Câmara de Vouzela, em nota enviada à comunicação social.
Nos últimos meses, devido ao mau tempo, voltaram a registar-se deslizamentos de terras e pedras. A Infraestruturas de Portugal (IP), entidade gestora daquela via, reconhece o problema, tendo um relatório técnico de março de 2021 identificado 21 pontos críticos, cuja intervenção urgente deverá ser feita em duas fases.
A primeira fase do projeto já foi adjudicada, está orçamentada em 2,8 milhões de euros, porém ainda não foi executada porque não tem o visto do Tribunal de Contas. Tal não acontece porque só agora, recentemente, foi iniciado o processo de expropriações, critério essencial para a autorização do TC. De acordo com o plano de trabalhos da IP para a primeira fase, a obra está em incumprimento significativo, superior a um ano, já que deveria estar concluída em outubro de 2022.
Também o empreiteiro aguarda autorização, desde julho de 2022, para arrancar com a obra.