A ministra do Turismo espanhola, Reyes Maroto anunciou nesta quinta-feira a decisão de reabrir as fronteiras terrestres espanholas no dia 22 de junho. O Ministro Augusto Santos Silva admitiu ter ficado surpreendido com a decisão.
As fronteiras espanholas foram encerradas pelas autoridades em meados de março, como uma das medidas para conter a pandemia de Covid-19.
A ministra espanhola revelou ainda que se levantará, provavelmente também nessa data, a quarentena para pessoas que cheguem de França ou Portugal através das fronteiras terrestres, mas ressalvou que ainda não foi tomada nenhuma decisão definitiva sobre a matéria.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português manifestou-se surpreendido com o anúncio por Espanha de uma reabertura da fronteira comum a 22 de junho e sublinhou que quem decide sobre a reabertura da fronteira portuguesa “é naturalmente Portugal”.
“Fomos surpreendidos com estas declarações da ministra responsável pelo Turismo [de Espanha], que ‘anuncia’ a reabertura da fronteira entre Portugal e Espanha para o próximo dia 22 de junho”, disse Augusto Santos Silva à Lusa, frisando que o anúncio “não se inscreve” no quadro de “cooperação estreita” entre os dois Governos para a gestão da fronteira comum.
“Quem decide sobre a abertura da fronteira portuguesa é naturalmente Portugal e Portugal quer fazê-lo em coordenação estreita com o único Estado com o qual tem uma fronteira terrestre, Espanha”, acrescentou, precisando que já estão a ser pedidos “esclarecimentos ao Governo de Espanha”.
No passado dia dois de junho, o ministro da Administração Interna português referiu: “Nós, neste momento, temos a fronteira terrestre encerrada até 15 de junho. Iremos analisando essa situação. Eu admito que, se as próprias autoridades espanholas já disseram que antes de 01 de julho não haverá liberdade de circulação, provavelmente temos de manter encerrada a fronteira terrestre todo este mês de junho”, afirmou Eduardo Cabrita, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de inauguração da Esquadra da PSP de Cedofeita, no Porto.
O governante sublinhou na altura que “não faz sentido reatar a fronteira terrestre enquanto em Espanha existir uma situação epidemiológica que exige acompanhamento e enquanto existir uma quarentena interna”. Eduardo Cabrita lembrou, no entanto, que nesta altura é autorizada a circulação de trabalhadores transfronteiriços “dentro dos pontos de passagem autorizados” e a deslocação de trabalhadores sazonais.
No que respeita aos voos para Espanha e também para Itália, dois dos países mais afetados pela pandemia de Covid-19, o ministro Eduardo Cabrita afirmou que a situação irá sendo avaliada em função da evolução da situação epidemiológica nestes dois países.