Estamos em novembro de 2024 e continuamos a assistir a guerras entre países, que causam milhares de mortes e feridos. O tema das guerras, nomeadamente entre a Ucrânia/Rússia e Israel/Palestina, continua a estar em destaque nas noticias, com imagens horríveis que invadem a nossa casa através da televisão ou da rádio. Os desesperos daqueles povos afetados, das pessoas inocentes, das crianças indefesas, dos idosos vulneráveis, geram-nos um sentimento de fraqueza, perante a impossibilidade de podermos ajudar ou resolver um problema daqueles que mais necessitam.
Cada um de nós pode dar vestuário, um alimento, uma palavra de força e conforto, mas não conseguimos dar aquilo que estes cidadãos mais desejam.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, fazendo cerca de 1000 dias desde o início desta barbaridade. Como é que conseguimos explicar a uma criança que os adultos não são capazes de chegarem a um acordo, sem a existência de um conflito com armas?
Quando pensávamos que estávamos na era da transformação de mentalidades, dainovação e evolução nos diversos domínios, somos confrontados com o retrocesso de umas quantas pessoas com poder, sem qualquer sentido de responsabilidade.
Aproxima-se a quadra natalícia. É uma época de reflexões e de movimentos solidários em prol do bem comum. Não podemos, nem devemos esquecer todas aquelas pessoas que vivem dias de terror, sem um fim à vista.
Em Portugal vivemos num “paraíso”, com aquelas pequenas “graças” que nem sempre valorizamos. Na noite da consoada é possivel reunir e conviver com as famílias, sem se ouvir as sirenes, a anunciar mais um possivel ataque. É possivel estarmos com tranquilidade, sem o ruído de um míssil ou de uma explosão a escassos metros ou quilómetros. Podemos estar nas nossas casas em segurança, sem a necessidade de recolhermos para um abrigo subterrâneo (bunker).
Às vezes não somos capazes de agradecer aquilo que consideramos mais básico, porque na verdade não vivemos no drama de um conflito armado, onde reina a violência.
Como refere insistentemente o Papa Francisco “não nos esqueçamos daqueles que sofrem a crueldade da guerra. Estamos a destruir a humanidade”, deixando também uma mensagem para os líderes mundiais “a grande tarefa da paz exige sabedoria, audácia, generosidade e determinação”.
O nosso melhor presente de Natal seria o fim das guerras no mundo, imperando a paz entre os povos.