ARTIGO DE OPINIÃO: A mentira da TAP

15/09/2024 19:00

Primeira reflexão: Porque só agora passados 10 anos surge o relatório e a notícia?

A notícia resume-se em poucas palavras:

A Inspeção Geral de Finanças publicou recentemente o relatório da auditoria pedida pelo anterior ministro das Finanças, Fernando Medina à TAP. O relatório conclui que a compra de 61% da companhia aérea ao Estado, em 2015, por um consórcio (Atlantic Gateway) liderado por David Neelman foi financiada com um empréstimo de 226 milhões de dólares concedidos pela Airbus para que Neelman levasse a TAP a comprar 53 aviões à Airbus.

Em 2015 foi a acordada a venda de 61% da TAP a David Neelman por 10 milhões de euros, tendo David Neeleman assumido o compromisso de injetar mais 217 milhões de euros na TAP para que a TAP pudesse continuar a pagar salários e aos fornecedores. 

Para conseguir os 217 milhões de euros para injetar na TAP, David Neeleman levou o seu projeto para a TAP à AIRBUS que tinha, obviamente, interesse que um cliente como a TAP continuasse a funcionar. A AIRBUS acreditou no projeto e aceitou trocar a encomenda de grandes aviões que tinha na altura por uma encomenda de aviões mais pequenos, que era a estratégia de Neelman para a TAP, e ainda disponibilizar imediatamente os tais 217 milhões de euros (“fundos AIRBUS”) para viabilizar financeiramente a TAP, para que ele pudesse injetá-los na TAP, para que a TAP pudesse pagar a fornecedores e trabalhadores. 

De uma forma clara, direta e sucinta: a TAP foi vendida por 10 milhões de euros, valor que foi pago pelos compradores ao Estado Português.

Para finalizar, uma parte do relatório a que “ninguém” deu importância. A Inspeção-geral de Finanças questiona as razões que levaram os gestores da TAP a decidir participar na manutenção no Brasil em 2016, numa altura em que a empresa já estava novamente na posse do estado.

O relatório sublinha que “não se encontra demonstrada a racionalidade económica da decisão da administração da TAP, SGPS” e que as perdas, ascendiam até 2023 a 906 milhões de euros. A IGF pronuncia-se ainda “pela não recuperabilidade dos valores envolvidos” neste investimento.

Fontes: RTP, Carlos Guimarães Pinto – Post na rede X;

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