Viseu recebe marcha contra a violência por racismo e xenofobia

05/06/2020 12:46

Plataforma Já Marchavas vai realizar este sábado (6 de junho) uma marcha contra a violência por racismo e xenofobia. A iniciativa vai decorrer a partir das 18h00 no Rossio, em Viseu.

No comunicado apresentado na Plataforma, é possível ver referencia ao sucedido no passado dia 25 de maio, quando os gritos de George Floyd ecoaram por todo o mundo, quando este gritava “I can’t breathe”, ao ser asfixiado por um agente policial, imagens que chocaram o mundo, e que nos recordaram que a luta contra o racismo e a xenofobia ainda é algo muito presente.

A Plataforma enquanto um movimento de cidadãs/ãos e de coletivos unidos na defesa de direitos Humanos refere mesmo que não pode manter-se em silêncio face a atentados racistas. Não basta sermos contra o racismo, é preciso repudiar de forma clara e inequívoca a violência racista.

“Também em Portugal assistimos a atos de prepotência discriminatória, nomeadamente por parte de quem deveria estar ao serviço das pessoas e garantir o cumprimento do artigo 13º da Constituição que consagra a igualdade de todos os cidadãos perante a lei e prescreve que” ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica , condição social ou orientação sexual. É referido no comunicado.

A Plataforma alerta ainda para os inúmeros casos de violência policial contra comunidades étnico-raciais ou imigrantes, como os abusos de que foram alvo jovens da Cova da Moura em custódia na esquadra de Alfragide, as agressões policiais no Bairro da Jamaica, e este ano, a agressão a Cláudia Simões, cujo único crime foi não ter consigo o passe da sua filha de 12 anos. ou o bárbaro espancamento de um cidadão ucraniano por parte do SEF no aeroporto da Portela que lhe provocou a morte.

São recorrentes as situações de discriminação em relação ao acesso à educação, habitação e emprego de comunidades consideradas como minoritárias. O mito de que em Portugal não existem graves manifestações de racismo e xenofobia institucionalizadas, nomeadamente no interior de forças policiais perpetua esta violação dos direitos humanos.

Apesar destes casos e do ex vice-presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) admitir existir racismo dentro das forças policiais, um estudo da UC diz que em 10 anos não existem condenações por discriminação étnico-racial nesta área e que nas áreas de educação e habitação apenas três das queixas resultaram em condenações.

Por rejeitar a violência racista e xenófoba a Plataforma Já Marchavas manifesta o seu apoio às iniciativas que decorrem pelo mundo,  e pede o apoio de todos através desta marcha.

Vai ainda ser disponibilizado desinfetante para todos os manifestantes e apela-se a que todos  cumpram as regras de prevenção face à Covid-19, nomeadamente o distanciamento físico e o uso de máscara.

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