“Deixa-me Contar Antes que Esqueça” é um espetáculo criado a partir da recolha de testemunhos, histórias e contos junto da comunidade mais envelhecida de freguesias do concelho de Viseu. O Festival – No Fio da Palavra é uma iniciativa dos “Mochos no Telhado e vai já na sua 4ª edição.
Em 2024, o ponto de partida que norteou as conversas com a comunidade foi um regresso às antigas profissões, trabalhos e práticas diárias que mantinham a vida em comunidade, evocando também a memória daquelas que eram as figuras que desempenhavam determinadas tarefas e que povoam, ainda, o pensamento de quem recorda.
Na sequência deste processo, ocorre o desenvolvimento final da dramaturgia que reúne o texto e música que se integram no espetáculo final: “DEIXA-ME CONTAR ANTES QUE ESQUEÇA”. O produto artístico final, que devolve à comunidade o resultado das suas partilhas, transforma-se, assim, de uma pesquisa e desenvolvimento isolados (territorialmente, em cada e por cada freguesia), numa conjugação de vivências, onde cada uma das localidades e participantes dialogam num mesmo momento. O espetáculo é, assim, o transformar de um conjunto de vozes e experiências distintas, do eu e do outro, numa voz partilhada e comum.
Cruzando as linguagens da música, teatro e narração oral, o espetáculo é interpretado por Clara Spormann, Ricardo Augusto e Sofia Moura.
“DEIXA-ME CONTAR ANTES QUE ESQUEÇA” estreará a 10 de julho e terá apresentações em vários locais das freguesias parceiras do projeto, até dia 15.
Esta criação conta com o apoio financeiro do Município de Viseu – Eixo Cultura e com o apoio da Direção Geral das Artes.
Datas de apresentação
10 de julho às 21h30 junto à Capela de Lourosa de Cima
11 de julho às 21h30 no Largo Rossio junto ao Tanque público do Couceiro
12 de julho às 21h30 na Capela das Lages de Silgueiros
13 de julho às 21h30 junto ao Convento de S. Francisco do Monte
15 de julho às 21h30 na Associação Cultural, Recreativa e Desportiva da Pedra Cavaleira
Sinopse do espetáculo
Atravessamos o tempo e resgatamos as palavras que se erguiam a cada alvorada para fazer e manter a vida. Palavras que adormeciam ao embalo do cansaço, dia após noite e noite após dia. Encontrámo-las nos meandros da memória de muita gente que esculpiu o mundo, pintando as mãos com a cor da terra que escorre e se escapa pelos dedos, grão a grão, como o tempo que cai na ampulheta. De todos os fazedores do mundo, herdámos paisagens em construção, tradições, utensílios de trabalho, formas de pensar e de fazer. Formas de cantar e de contar. Agora, erguidos nos ombros do tempo e com a mesma terra a correr-nos nas veias, escutamos memórias e contamos para não esquecer.
Ficha artística
Dramaturgia: Sofia Moura
Criação e Interpretação: Clara Spormann, Ricardo Augusto e Sofia Moura
Olhar exterior e Apoio à Dramaturgia: Dennis Xavier
Arranjos musicais e música original: Ricardo Augusto
Design e Fotografia: Luís Belo
Direção de projeto: Dennis Xavier
Produção Executiva: Marta Costa
Financiamento: Eixo Cultura – Município de Viseu; DGArtes – Ministério da Cultura, Républica Portuguesa
Parceiros: Junta de Freguesia de Orgens, Junta de Freguesia de Silgueiros, Junta de Freguesia de São João de Lourosa, Quinta de São Francisco