A partir desta segunda-feira, as notas da última série da moeda antiga, com figuras alusivas aos Descobrimentos, nunca mais vão voltar a ter valor de mercado além de valor de coleção.
São notas de 10.000, 5.000, 2.000, 1.000 e 500 escudos da série dos Descobrimentos (e só essas) aquelas que ainda podem ser trocadas nos serviços do Banco de Portugal ou via CTT, mas, neste caso, a data de carimbo dos correios só pode ter, no máximo, a data desta segunda-feira, 28 de fevereiro.
As trocas podem ser feitas “numa das nove tesourarias do Banco de Portugal localizadas em várias cidades do país – Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Lisboa, Ponta Delgada, Porto e Viseu – ou por correio”, explica o supervisor bancário no site. Por correio, o utilizador “terá de recorrer ao serviço de correio registado com serviço especial de valor declarado, disponível em qualquer posto dos CTT. A data de carimbo dos correios tem de ser, no máximo, 28 de fevereiro”. Não se pode trocar noutros locais, sob pena de ser uma burla.
Estas notas que agora vão perder valor facial, deixando de ser trocadas por euros, entraram em circulação em 1996 e 1997, tendo deixado as carteiras dos portugueses a 28 de fevereiro de 2002: agora, 20 anos depois, vão prescrever a 1 de março. As notas de séries anteriores à dos Descobrimentos já prescreveram anteriormente (quando perfizeram 20 anos desde a respetiva retirada de circulação), pelo que não é possível trocá-las por euros.
Assim, partir do dia de Carnaval, as notas de escudo só podem ter valor sentimental ou de coleção.
No fim de dezembro, havia 11,4 milhões de notas de escudo desta série na posse do público, com um valor de 94,8 milhões de euros. O Banco de Portugal estimava que pudesse ser trocado mais de 1 milhão de euros, pelo que ficariam mais de 90 milhões de euros em notas de escudos nos cidadãos, sem serem trocadas. Só na próxima semana haverá números finais.
O dinheiro que não for trocado entra para as contas do Banco de Portugal (que depois pode entregá-lo aos cofres públicos por via de dividendos), já que contabilisticamente há um alívio. Aquando da prescrição, o supervisor reconheceu que dentro de 20 anos poderia ter de pagar em euros por aqueles escudos nas mãos dos cidadãos; agora, com a concretização da prescrição, elimina essas provisões, reconhecendo a mais-valia extraordinária.
Ao longo dos anos, com a prescrição das várias notas de escudos que foi acontecendo até agora, o banco presidido por Mário Centeno somou 92,9 milhões de euros. Valor que quase pode duplicar.