Os socalcos vinhateiros e as cerejas aliam-se às águas do Rio Douro, em São João de Fontoura. Jorge Duarte, Presidente da “Freguesia da Cereja”, em Resende, apresenta-lhe a localidade e o Parque Fluvial de Porto de Rei.
A Parque Fluvial de Porto de Rei é ponto de paragem obrigatório no Município de Resende. Pode, por favor, apresentar, este destaque da sua freguesia?
A cereja acabou por marcar definitivamente a nossa freguesia, mas possuímos outra benesse que é a de estarmos situados junto ao Rio Douro. Isso contribui para que tivéssemos mais um motivo de orgulho, que é a nossa Praia Fluvial de Porto de Rei. A praia foi inaugurada a 8 de maio de 2004 e é, neste momento, a mais visitada e frequentada do Rio Douro. Esta zona sempre foi administrada pelo Município de Resende, mas a Junta de Freguesia esteve e está sempre alerta para as melhorias necessárias. O parque de lazer é constituído por um grande areal, uma área de merendas equipada com mesas e grelhadores, uma piscina para adultos e outra para crianças, um bar e casas de banho, e um campo de de futebol de cinco. Ao nível das estruturas criadas, saliento, ainda, os parques de estacionamento e uma plataforma de acostagem de pequenas embarcações. O rio é, na verdade, uma mais valia, pois alimenta negócios locais. Quem, por exemplo, quiser usufruir de diversão e aventura aquáticas, pode fazê-lo com a empresa ‘Douro-Arts & Event’. Mas o que distingue mesmo este parque é a zona envolvente, com o seu arvoredo, que se assemelha a uma “tigela”, usando a comparação feita pelo meu amigo e predecessor Noribal Pinto. Nada melhor do que virem cá e comprovarem pessoalmente a beleza da região. Com entrada e saída para a EN 222, os acessos são bons, até mesmo para autocarros.
Qual a capacidade da praia? É vigiada?
Em tempos normais, sem as restrições impostas, a capacidade da praia é de aproximadamente 1500 pessoas e não é vigiada, mas encontra-se bem sinalizada.
Quem são as pessoas que a tendem a frequentar?
As pessoas que lá vão são de quase todas as faixas etárias, oriundas de vários cantos do nosso Portugal, nomeadamente da zona do Porto, Viseu, Coimbra, Lisboa e Braga. Também é muito procurada por espanhóis, franceses e ingleses. Atualmente, devido à pandemia, deixamos de receber excursões organizadas, com 50 pessoas ou mais, que se deslocavam em autocarros. Os visitantes chegam, agora, nos seus automóveis, com lotações reduzidas.
Como tem sido, este ano, com as adaptações exigidas por parte da DGS?
O Município de Resende implementou as medidas adequadas ao combate do COVID-19, na restrição da entrada para as Piscinas Municipais e na desinfeção das instalações, nomeadamente as casas de banho e bar. Adicionalmente, em todo o parque, pode encontrar-se informação e apelos para que as pessoas cumpram as regras da DGS. Pelo que tenho verificado no local, as pessoas respeitam e cumprem com o chamado distanciamento social.
Que outros pontos turísticos estão disponíveis, nas redondezas, para quem vos visita?
O Parque Fluvial de Porto de Rei já, em si, é uma atração, mas há outras. Para os amantes da natureza e desporto, aconselho a “Rota dos Cerejais”, que é um pequeno percurso pedestre circular com cerca de 5 km, que tem início na Junta de Freguesia de São João de Fontoura. Podem observar, na época, a principal riqueza do concelho de Resende, os cerejais, mas também o histórico Solar de Porto de Rei, o já falado Parque Fluvial de Porto de Rei e deslumbrar-se com as vistas incríveis sobre o Rio Douro. Esta rota tornou-se, com o passar do tempo, uma referência e anualmente têm centenas de caminheiros.
O Solar que mencionei trata-se de uma construção magnífica, edificada na encosta duriense da nossa freguesia no século XVI, e é conhecida como “Casa Grande de Porto de Rei”. Depois há a Ponte de Alufinha que é, segundo se diz, do tipo românico, onde se pode circular a pé e atravessar o Ribeiro Bestança. Temos também vários miradouros, com o da Senhora da Guia, onde se pode usufruir de um miniparque de campismo para duas autocaravanas, o das Brechinhas, localizado junto à EN222, e o de São José, localizado na Quinta do Bairro.
Em termos de gastronomia, a nossa referência é o chamado peixe do rio, Lúcio e Barbo. Na sua confecção, é cortado em pequenas postas, depois é frito e regado com um molho especial que só as senhoras de São João de Fontoura o sabem confecionar. É, sem dúvida, um saboroso repasto para uma bela merenda com os amigos e pode ser degustado, a cerca de 20m do parque, no restaurante “A Barraca”.
Ao nível do alojamento local, a oferta é variada com o Douro Balcony, situado na Rua São João Baptista; a Casa da Obra, na Rua Dr. Victor Cardoso; a Casa da Eira e Casa das Castanheiras, ambas situadas na Calçada das Castanheiras; a Quinta dos Monteiro, na Rua Pé da Barca; a Quinta de Nadais, na Rua José Pereira Monteiro; e a Quinta da Massôrra, uma propriedade familiar, situada na Rua Dr. Victor Cardoso junto à EN222, a curta distância da Régua, Lamego, Cinfães, Aregos e de Baião. Esta dedica-se à produção de vinhos, tendo, inclusive, recebido vários prémios.
As nossas portas estão abertas todo o ano, mas, se tiverem de escolher uma altura, venham visitar a nossa freguesia na primavera, para poderem usufruir de um manto branco com as flores das nossa cerejeiras, sendo as primeiras cerejas de Portugal e da Europa. Ficamos à vossa espera!