Barro Negro de Molelos mais perto de ser património imaterial

21/04/2023 17:52

A Presidente da Câmara Municipal de Tondela, Carla Antunes Borges, anunciou esta sexta-feira, durante as comemorações do quinto aniversário da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica (APTCVC), que este ano se comemorou em Tondela, que a Edilidade vai submeter o processo de fabrico do Barro Negro de Molelos ao Inventário Nacional de Património Imaterial.

«Já iniciámos o trabalho de preparação da candidatura, a conclusão e a aprovação não depende só de nós, depende também das entidades que o vão apreciar. O que desejamos é que seja um processo célere, mas não podemos apontar datas para a sua conclusão. Aquilo que podemos dizer é que é nosso compromisso e que estaremos próximos, atentos e motivados para que este processo se conclua o mais rapidamente possível», afirmou.

Segundo a autarca, após a certificação do Barro Negro de Molelos este processo de classificação como património imaterial será «a cereja no topo do bolo» num dos produtos mais característicos do concelho.

«Tenho poucas dúvidas que isto não vai ser concretizado. Pode não ser no próximo mês, daqui a dois, três meses, mas seguramente vai ser concretizado e naquilo que depender de nós seguramente vai acontecer», sustentou.

Carla Antunes Borges explicou ainda que o caracteriza o Barro Negro «não é só a argila», mas a «forma como ele é confecionado, como é cozido, e o processo da cozedura, a Soenga, assim como o conhecimento que foi transportado ao longo dos séculos, ao longo de gerações de família em família».

Já a coordenadora da candidatura ao Inventário Nacional de Património Imaterial, Celeste Afonso, adiantou que o processo de classificação do processo de fabrico do Barro Negro iniciou-se há um ano com a inventariação, estando agora o projeto «na fase de submissão da candidatura».

«Acreditamos que daqui a seis meses estaremos a celebrar a entrada do Barro Negro de Molelos no Inventário Nacional».

Para preservar, proteger, promover e valorizar o Barro Negro, a candidatura ao Inventário Nacional, apresentada pelo Município de Tondela, propõe-se a levar a louça preta de Molelos a seminários internacionais, para este saber fazer ser partilhado. É também defendida a criação de um curso de cerâmica e do barro negro e a construção um espaço que conte a história deste produto secular, entre outras medidas.

Presente na cerimónia, a diretora Regional do Centro, Susana Menezes, garantiu que o organismo que lidera tem procurado «dar apoio às candidaturas ao Inventário Nacional» que têm surgido na região.

«Somos um parceiro ativo e privilegiado das comunidades na defesa das culturas, artes e património», afirmou.

A responsável disse ainda que estas «candidaturas e a entrada destas manifestações no Inventário Nacional de Património Imaterial são já um primeiro e muito necessário ato de preservação e de valorização do património cultural imaterial e, consequentemente, também uma valorização e preservação das múltiplas memórias e identidades que formam os territórios e que nos distinguem enquanto comunidades». 

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