ARTIGO DE OPINIÃO: Abrindo oportunidades – viver com uma deficiência

21/11/2023 18:24

Há cerca de 150 000 pessoas com deficiência motora (PcD) em Portugal, que enfrentam um conjunto de desafios com impacto significativo nas suas vidas. Esses obstáculos vão desde questões de emprego, educação, saúde ao acesso à habitação, entre outros tipos de discriminação, revelando um cenário complexo para a comunidade.

Ao analisar os dados relativos à empregabilidade das PcD em Portugal, nota-se que entre 2011 e 2021 registou-se um aumento de 63.1% no desemprego entre mulheres com deficiência e 9,8% entre os homens com deficiência. Em contraste, Portugal revelou um decréscimo na taxa de desemprego de 43.2% no mesmo período, demonstrando não só uma disparidade entre PcD e pessoas sem deficiência, mas também uma disparidade de género.

No que toca à acessibilidade, são poucos os edifícios do Distrito de Viseu que possuem simultaneamente as corretas especificações (rampas, elevadores), tornando muitos incapazes de acessar a certos lugares, ou obrigando muitos a ter de pedir ajuda a outros para conseguir realizar tarefas que, de outro modo, seriam simples, como passar para o outro lado da rua ou deslocarem-se na calçada, vendo-se continuamente limitados no exercício das suas liberdades. 

No que toca a ajuda estatal, uma PcD pode receber até cerca de 165€ mensais para apoio com despesas, considerados inadequados por quem vive com despesas diárias extraordinárias essenciais à sua sobrevivência. 

Na educação, 632 estudantes com deficiência terminaram o ensino superior em 2019/20, um aumento de 55.7% relativamente ao ano anterior, o que demonstra alguns avanços na luta pela igualdade no setor.

Apesar de já bastante ter sido alcançado, a discriminação contra PcD continua a existir em Portugal, sendo necessário assegurar um tratamento igual e equitativo em todos os aspetos da vida.

Assim, as realidades vividas por PcD ainda são bastante diferentes das demais. Já foram ultrapassados alguns obstáculos, mas ainda é essencial atentar-se aos muros que permanecem. De disparidades no acesso a emprego a desafios na acessibilidade e insuficiente ajuda financeira, existe uma teia de dificuldades que as pessoas com deficiência têm de navegar. Decisores políticos, empresas e sociedade devem unir-se para criar um ambiente mais inclusivo e equitativo, garantindo que todos os cidadãos, independentemente das suas capacidades, possam aceder às oportunidades e aos recursos que merecem.

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