Todos conhecemos alguém que nas últimas semanas passou por um quadro de náuseas, vómitos, dor abdominal e/ou diarreia. A razão pela qual tal acontece é que permanece, muitas vezes, incógnita, assim como a forma de lidar com a situação.
Devemos primeiro compreender que náuseas e vómitos não são sinónimos já que enquanto as náuseas correspondem a uma sensação desagradável de querer vomitar, o termo vómito refere-se à expulsão forçada do conteúdo do estômago.
Dependendo da causa (e gravidade do quadro clínico), náuseas e vómitos podem surgir de forma isolada ou ser acompanhados de outros sintomas, tais como dor abdominal e diarreia.
De forma geral, numa pessoa saudável, o surgimento súbito destes sintomas faz suspeitar do diagnóstico de gastroenterite aguda, especialmente quando a pessoa doente teve contacto próximo com alguém com sintomatologia semelhante nos dias que antecederam o início dos seus sintomas.
A gastroenterite aguda é, na maioria dos casos, autolimitada, resolvendo de forma espontânea em poucos dias. Além disso, embora seja um quadro altamente desconfortável e até incapacitante, raramente são necessários cuidados médicos diferenciados.
O tratamento passa por controlar os sintomas e evitar a desidratação, com ingestão de pequenos goles de água e introdução progressiva de alimentos leves, cozidos e grelhados sem gordura. Poderá ser necessário recorrer a fármacos para aliviar os sintomas difíceis de controlar, mas é importante lembrar que a diarreia é o mecanismo que permite a “expulsão” do vírus, bactéria ou parasita responsável pelo quadro, pelo que deve ser feito um uso parcimonioso de antidiarreicos.
Assim sendo, perante um quadro de náuseas, vómitos, dor abdominal e diarreia, os cuidados médicos devem ser procurados em situações específicas, tais como grupos de risco (crianças pequenas, idosos…), sinais de desidratação (sonolência excessiva, olhos encovados, diminuição da quantidade de urina…) e permanência dos sintomas por mais de 24 horas sem qualquer alívio, com surgimento de febre alta ou dor intensa.
Aprender a lidar com a dupla terrível é saber também que prevenir é o melhor remédio, e, por isso, salvaguarda-se a necessidade extrema da lavagem das mãos, especialmente antes e depois de cuidar de alguém doente, antes de comer ou de cozinhar, e depois de usar a casa de banho.
Valéria Garcia