Quero mais fazer coisas do que ser lembrado por aquilo que fiz.
Guia-me uma filosofia de vida focada na ação e na experiência imediata, em vez do legado ou da memória que se deixa para os outros. Acredito que esta minha perspectiva enfatiza a importância de viver no presente e de valorizar a jornada em si, ao invés de buscar reconhecimento ou posteridade.
Na sociedade contemporânea, onde a cultura das redes sociais e a necessidade constante de validação externa são predominantes, esta visão oferece-me (pelo menos) um contraste refrescante. Vivemos num mundo onde muitos estão preocupados com “likes”, “reencaminhamentos” e “seguidores”, e onde a realização pessoal é frequentemente medida pelo impacto percebido nos outros. Infelizmente acredito que essa abordagem pode levar a uma vida superficial, onde as ações são direcionadas mais pela expectativa de aprovação do que pela genuína vontade de agir.
Optar por “fazer coisas” com o foco no ato em si, e não no reconhecimento, é para mim uma forma de viver mais autêntica e livre. As ações tornam-se valiosas pelo que representam em termos de crescimento pessoal, aprendizado e contribuição imediata ao mundo ao nosso redor. Acredito que este modo de viver promove um envolvimento mais profundo e significativo com as atividades que escolhemos.
Além disso, esta perspectiva pode aliviar a pressão de corresponder às expectativas externas e de construir uma imagem pública. Sem a preocupação constante com o legado ou com como seremos lembrados, podemos nos permitir falhar, experimentar e inovar. A criatividade flui mais livremente quando não está acorrentada pelo medo de não ser reconhecida ou apreciada.
Para muitos, a noção de fazer as coisas pelo prazer e pela experiência pode parecer idealista, mas para mim ela carrega uma sabedoria profunda. Cada momento vivido plenamente é um momento que não precisa ser lembrado de maneira grandiosa, porque já foi plenamente aproveitado no seu tempo. E, paradoxalmente, ao focarmos-nos em fazer o nosso melhor no presente, muitas vezes acabamos deixando uma marca mais significativa do que imaginávamos, justamente porque essa marca é fruto de uma autenticidade e dedicação genuínas.
Portanto, ao escolher fazer mais e preocupar menos em como seremos lembrados, adotamos uma abordagem de vida que privilegia a experiência direta e a satisfação imediata. Esta é uma forma de viver que, além de ser gratificante, muitas vezes leva a uma contribuição mais verdadeira e duradoura para o mundo, mesmo que esse não tenha sido o objetivo inicial. António Leal