As tarifas alfandegárias propostas pelo presidente Trump aos produtos que entram nos Estados Unidos da América (EUA) têm sido o tema recorrente das últimas semanas.
Alegando razões patrióticas, de proteção do comércio e indústrias norte americanas, e a fim de cumprir a promessa eleitoral do “Make America Great Again”, a verdade é que as pretensões de Tump têm gerado um efeito devastador nos mercados financeiros mundiais, e revisões em baixa das previsões económicas da generalidade dos países a uma escala mundial.
Em Portugal, os receios e preocupações também se fizeram sentir, em particular junto da classe empresarial. Os receios são legítimos e as preocupações fundamentadas, dado o mercado dos EUA representar 7% das exportações nacionais.
Perante a previsão de tempestade, as associações empresariais de Portugal fizeram, mais uma vez, aquilo que têm feito em situações semelhantes: pedir ajuda ao Estado.
E, mais uma vez, a resposta não se fez esperar. O Estado aprovou linhas de crédito no valor de 10.000 milhões de euros, sensivelmente 1/3 do PRR, para ajuda às empresas que vierem a ser afetadas pelas tarifas norte americanas.
Em primeiro lugar, as tarifas ainda não entraram em vigor e provavelmente não vão entrar.
Em segundo, para quando uma mudança no mindset da classe empresarial portuguesa: a oportunidade está no problema e não o problema na oportunidade.
Para finalizar, uma ajuda ou subsídio dada pelo Estado hoje, é um imposto amanhã.
Portugal tem que definitivamente combater a dependência do Estado.
A prova da reflexão anterior é o facto que a faturação de 80% das empresas portuguesas depende direta ou indiretamente do Estado.
