ARTIGO DE OPINIÃO: O Bobi

09/02/2023 18:30

Na política, foi um ano para esquecer, contra todas mais prudentes previsões, que encontravam afago no aconchego da nunca pensada maioria absoluta. Talvez por isso…

Primeiro, a percepção pública, não muito longe da verdade, do descontrolo e da instabilidade no governo, fruto de uma descoordenação inesperada.

Seguiram-se as demissões, renúncias e nomeações precipitadas de governantes, 13, no prazo de um ano.

Depois, as sondagens, que valem o que valem, mas apontam para uma queda de 1/3 dos eleitores do PS.

Finalmente, a existência de ministros muito, muito fragilizados, da Agricultura, da Educação e das Finanças, por diferentes motivos.

E ainda as omissões e contradições de Gomes Cravinho, que não há forma de se ver livre do fantasma do Hospital Militar que, agora, depois das despesas feitas, parece estar às moscas, apesar dos constrangimentos diários no sector da saúde.

Não fosse o Dr. António um político traquejado, dir-se-ia estarmos na presença de um governo sem rei nem roque, tal é o desacerto que campeia nas hostes executivas, de que é exemplo bastante o mais recente choque público entre os ministros da educação e do ensino superior a propósito dos exames finais no ensino secundário.

O governo mais parece um quintal com alguns galinheiros e em que cada galo manda no seu.

Na macroeconomia, as coisas vão indo bem melhor, o que é de salientar.

O PIB está em alta, com um aumento de 6.7%, o 2.⁰ maior crescimento nos países da UE, só superado pela Irlanda, o défice cai para os 1.3% do PIB, ultrapassando as expectativas, a dívida baixa para os 114.7%, o valor menor, desde 2019, as exportações registam um crescimento real entre 16% e 18%, representando 48% a 50% do PIB, coisa magnífica, sendo as viagens e o turismo os sectores com maior impulso, e a inflação, 8.3%, apresenta sinais de abrandamento, relativamente aos 10.1% de Outubro, se bem que à custa da energia, e não do cabaz dos bens alimentares, que continuam com tendência de subida. E ainda a glória dos acordos na Concertação Social, que dão sempre uma imagem de diálogo que cai como ginjas no retrato que o governo se esforça por transmitir.

E para supimpa alegria e superlativa vaidade do país, a notícia de que é português o cão mais velho do mundo, e o mais velho de todos os tempos, Bobi, da raça Rafeiro do Alentejo. Com a bonita idade de 30 anos dá alegrias à família Costa.

Triste sina a nossa, vir agora um idoso e trôpego cão rafeiro confirmar que somos mesmo um país de velhos.

Irra!

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