ARTIGO DE OPINIÃO – Lei dos solos: solução ou problema?

20/01/2025 17:30

No passado dia 28 de novembro, foi aprovado, em Conselho de Ministros, o Decreto-Lei que vem alterar o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT). Esta alteração surge com o principal objetivo de aumentar a oferta de solos para construção de habitação e assim tentar responder às necessidades de habitação digna e acessível que se têm feito sentir em Portugal nos últimos anos.

De uma forma simplista a “Lei dos Solos” vai permitir às autarquias libertarem terrenos rústicos para a construção de casas para a classe média a preços moderados, tornando o processo da reclassificação dos terrenos rústicos mais simples e mais célere. 

A lei é criada com o propósito de aumentar os terrenos disponíveis para construção.

Será esta uma solução para a crise da habitação em Portugal?

A disponibilização de mais terrenos para construção de novas habitações no nosso país é uma notícia positiva, numa altura em que a falta de oferta de novas construções tem sido responsável pelo aumento do preço de venda final.

No entanto é a falta de oferta que pode influenciar negativamente esta medida. A procura elevada de terrenos para construção irá provocar a transferência das mais valias urbanas para os terrenos rústicos.

O que contribui para o preço das casas em Portugal é elevado custo de produção, quer pelo custo tempo, quer pelos gastos de produção.

Para o custo tempo contribui a carga burocrática e a demora na aprovação dos projetos e para o custo de produção as elevadas taxas e impostos pagos.

A solução está na diminuição do peso do estado em todo o processo da construção, desde a burocracia inicial e custos com taxas e licenciamento das camaras municipais, até ao peso dos impostos diretos e indiretos no preço final do imoveis, desde o IVA ao IMT e Imposto de selo.

A diminuição de impostos, taxas e burocracias iria permitir que a oferta aumentasse e os preços baixassem.

Mas o estado não pode reduzir impostos porque o volume de despesas que suporta é elevado.

Para início de ano uma reflexão: o dinheiro dos contribuintes portugueses continua a ser mal gasto. 

E porquê? Porque os portugueses encolhem os ombros em vez de obrigar a classe política a mudar de hábitos.

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