A hospitalização no domicílio é, sem dúvida, uma excelente iniciativa do Ministério da Saúde com inúmeros benefícios para os cidadãos, nomeadamente para os públicos mais vulneráveis, onde se incluem os idosos.
A hospitalização domiciliária é sempre voluntária, exigindo o consentimento formal do doente e/ou dos seus cuidadores, bem como será sempre confirmado se o domicíliocumpre com os requisitos para o bem do doente e da equipa médica e de enfermagem que irá acompanhar.
De acordo com a norma 020/2018, com data de 20/12/2018, da Direção Geral de Saúde, a hospitalização domiciliária (HD) “é uma alternativa ao internamento convencional, que proporciona assistência clínica de modo contínuo e coordenado àqueles doentes que requerendo admissão hospitalar, cumprem também uma série de critérios clínicos, sociais e geográficos que permitem o internamento no domicílio sob a vigilância da HD sempre de acordo com a vontade do doente e da sua família”. As patologias elegíveispara a hospitalização domiciliária constam descritas na respetiva norma identificada anteriormente, assim como todo o processo de organização das Unidades de funcionamento.
É com agrado que verifico a possibilidade dos idosos que residem nas Estruturas Residenciais Para Pessoas Idosas poderem usufruir desta modalidade, considerando-se uma mais-valia para este público mais vulnerável. Pelo meu conhecimento prático, o facto de os idosos poderem estar internados no seu contexto de vida habitual, mediante critérios específicos, acompanhados por uma equipa do hospital, contribui para o bem-estar emocional do doente. A permanência junto daqueles com quem convivem diariamente pode ter como consequência uma estabilização ou recuperação mais eficaz e eficiente, por toda a envolvência associada ao seu quotidiano. O internamento no domicílio evita deslocações ambulatórias, mudanças de rotinas, alterações de conforto, contactos com outros doentes. Estas são vantagens que promovem a qualidade de vida dos idosos.
Em todo este processo de internamento nos Lares, é importante a existência de profissionais capazes de colaborar, assim como a permanência de enfermeiros numa carga horária o mais alargada possivel. Não é um requisito, mas será certamente uma resposta mais personalizada.
Naturalmente que não podemos, nem devemos colocar todos os casos no mesmo nível de reflexão, pois existem situações em que o internamento no hospital será a única solução para um bom cuidado, cabendo aos profissionais de saúde o seu diagnóstico e avaliação.
Congratulo a criação desta modalidade para o bem das pessoas idosas e de todos os cidadãos, destacando a boa organização e o bom desempenho da Unidade de Hospitalização Domiciliária da Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões. São projetos inovadores como este, de cooperação entre Instituições Sociais e da Saúde, que primam pela diferença em prol da saúde e do bem-estar daqueles que mais precisam.
