Entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro realizaram-se os Jogos Paralímpicos Paris 2024, contando com a participação de 4400 atletas de todo o mundo (168 países). É considerado o maior evento desportivo para pessoas com deficiência, incluindo as deficiências físicas, visuais e mentais. Segundo a história, no ano de 1948 foi organizada em Inglaterra uma competição desportiva que envolveu 16 veteranos da Segunda Guerra Mundial, com lesões na medula espinhal, cuja missão visava a reabilitação dos militares feridos e certamente a valorização individual destas pessoas. Quatro anos mais tarde formou-se um movimento internacional, conhecido atualmente como o Movimento Paralímpico. A primeira edição dos Jogos Paralímpicos foi organizada em Roma, no ano de 1960, contando com a participação de 400 participantes de 23 países.
Os resultados são muito importantes para os atletas, mas o estar presente e competir é uma vitória para todos os participantes.
Não posso deixar de destacar a brilhante participação dos atletas portugueses nesta competição, com a conquista de 7 medalhas (duas de ouro, uma de prata e quatro de bronze) e 18 diplomas paralímpicos, por classificações obtidas entre o 4º e o 8º lugar.
As medalhas de ouro foram alcançadas pelos atletas Miguel Monteiro (Peso F40, Atletismo) e Cristina Gonçalves (Individuais BC2, Boccia), a medalha de prata pelo atleta Sandro Baessa (1500m T20, Atletismo) e as quatro mealhas de bronze pelos atletas Diogo Cancela (200m estilos SM8, Natação), Luís Costa (Contrarrelógio H5, Ciclismo), Djibrilo Iafa (73kg J1, Judo) e Carolina Duarte (73kg J1, Judo). Os resultados obtidos nesta competição devem-se em primeiro lugar à dedicação, ao esforço, à persistência e espírito de sacrifício, ao treino e ao desempenho dos atletas, assim como a todas as Instituições e pessoas que se dedicam às pessoas com deficiência, trabalhando diariamente para vencer os desafios que, infelizmente, ainda hoje são difíceis de ultrapassar na sociedade.
As pessoas com deficiência são um exemplo para todos nós, pela resiliência e capacidade de adaptação às suas circunstâncias e a todo o meio envolvente. Existem enormes barreiras e desafios para superar. A autonomia das pessoas com deficiência ainda é muito condicionada por pequenos, mas grandes obstáculos, nomeadamente: transportes públicos adaptados e disponibilidade; acesso ao mercado de trabalho; espaços de treino e/ou lazer adaptados; atividades e eventos para pessoas com deficiência; baixo investimento público e privado neste domínio; carência de projetos inclusivos; carência de vagas nas Instituições Sociais; a solidão.
Tenho esperança de que os resultados paralímpicos possam ser um motor inspirador de mais mobilização política e social em prol das pessoas com deficiência. Muito obrigado a todos os atletas com deficiência por nos demonstrarem o quanto é possivel superar e vencer as dificuldades que surgem na vida de cada um de nós.