Antiga Azurara da Beira, o concelho de Mangualde conta com uma área de 219,26 km² e 18 766 habitantes, segundo os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística. Um território dividido por 12 freguesias: Abrunhosa-a-Velha; Alcafache; Cunha Baixa; Espinho; Fornos de Maceira Dão; Freixiosa; Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta; Moimenta de Maceira Dão e Lobelhe do Mato; Quintela de Azurara; Santiago de Cassurrães e Póvoa de Cervães; São João da Fresta e Tavares (Chãs, Várzea e Travanca).
Nas eleições autárquicas do próximo domingo, 12 de outubro, vão a votos cinco candidaturas. Um sufrágio que conta com cabeças de lista com experiência autárquica. João Lopes (PPD.PSD-CDS/PP) e Sobral Abrantes (independente) já foram Vereadores, António Manuel Silva (CHEGA) foi vice-presidente e Fernando Campos (CDU) foi membro eleito da Assembleia Municipal. Estes cinco rostos vão tentar destronar Marco Almeida, atual Presidente da Câmara, que manteve ao longo dos últimos quatro anos o domínio socialista, que se tem verificado naquele concelho.
Além de liderar os destinos da Autarquia no mandato que agora finda, Marco Almeida exerceu, entre 2017 e 2021 o cargo de Presidente da União de Freguesias de Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta. Na hora de anunciar a sua recandidatura, o Edil explicava que «quatro anos é um tempo demasiado curto» para poder cumprir o projeto que assumiu com a comunidade. Marco Almeida acrescenta que «os maiores investimentos públicos e privados dos quais há memória estão a ser feitos neste mandato e vão continuar a ser feitos no próximo».
Num processo que gerou algum ruído, João Lopes, antigo Vereador do PS, foi o escolhido pela Distrital do PSD, ao contrário da vontade da concelhia de Mangualde, que preferia Sobral Abrantes. O cabeça de lista da coligação PPD.PSD-CDS/PP foi chefe de gabinete do antigo Presidente Soares Marques e cumpriu três mandatos como vereador. No seu manifesto, João Lopes explica que não se resigna a ver o concelho «gerido sem estratégia de médio prazo, e com soluções que apenas visam servir alguns interesses, nomeadamente a manutenção do poder que se encara como um emprego, ou um prestígio ao invés de ser encarado como uma missão de construir um concelho para todos».
Preterido pela Distrital do PSD, Sobral Abrantes decidiu formalizar a sua candidatura como independente. Sob o lema “Novo Rumo”, o ex-autarca considera que «um projeto acima dos partidos» poderá melhorar o concelho e que «a gestão autárquica dos últimos anos não tem sido capaz de acompanhar o desenvolvimento de concelhos vizinhos».
Vereador da oposição desde 2021, António Manuel Silva que, na altura, arrebatou 11,39% dos votos, procurará superar esse resultado e adianta que se candidata para mais um mandato depois de «muita reflexão e de muita insistência por parte de muita gente». «Aceitei mais uma vez assumir este desafio, sendo certo que será uma candidatura irreverente, diferente das outras e que traz para a discussão e para a agenda política novos temas e novas preocupações», explicou.
Fernando Campos, membro da concelhia do PCP, da Associação Empresarial de Mangualde e da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Saúde de Mangualde será o candidato da CDU. O empresário da área da restauração explica que é o povo que o motiva a encabeçar esta candidatura e que o concelho precisa de «um abanão». Fernando Campos considera que Mangualde tem de atrair mais turistas e defende uma maior «visibilidade» para o território.
Nas eleições autárquicas de 2021, o PS venceu com 54,82%, contra os 25,67% do PPD/PSD.CDS-PP, os 11,39% do CHEGA e os 2,56% do PCP-PEV.