Três novos lares, com capacidade para acolher 117 utentes, vão surgir no concelho de Tondela. As obras destas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI), orçadas em mais de cinco milhões de euros e financiadas pelo Pares e pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), vão contar com um contributo municipal a rondar um milhão de euros.
Os protocolos de apoio municipal com vista à criação dos lares da Associação Social Desportiva Cultural Recreativa de Parada de Gonta (ASSODREC), do Centro Social Paroquial de São Salvador de Tonda e da União de Freguesias de Barreiro de Besteiros e Tourigo foram assinados esta quinta-feira, 19 de outubro, ao final da manhã, numa sessão pública que ocorreu no Mercado Velho de Tondela.
A cerimónia foi presidida pela presidente da Câmara Municipal, Carla Antunes Borges, tendo contando com presença também da vereadora com o pelouro da Ação Social na autarquia, Vera Machado, dos dirigentes das três Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) apoiadas e da diretora do Centro Distrital de Viseu da Segurança Social, Márcia Martins.
A ERPI da União de Freguesias de Barreiro de Besteiros e Tourigo está orçada em 2,8 milhões de euros, sendo financiada pelo município em 753 mil euros. A junta local abdicou de investimentos camarários na freguesia nos próximos anos, para a Câmara Municipal financiar este projeto, que terá capacidade para 50 utentes.
O lar da ASSODREC, que servirá 27 idosos, representa um investimento superior a 1,4 milhões de euros, tendo recebido uma ajuda financeira da autarquia de 117 mil euros. O mesmo montante será transferido para o Centro Social Paroquial de São Salvador de Tonda, cujas obras do lar custarão mais de 1,1 milhões de euros, tendo uma capacidade para acolher 40 seniores.
Em relação à diferença de apoios aos projetos dos três lares, a autarca explicou que o subsídio à União de Freguesias de Barreiro de Besteiros e Tourigo é maior porque a junta não se pode endividar, nem socorrer-se da banca para realizar o seu investimento por ultrapassar com isso os limites de endividamento.
Carla Antunes lançou novamente um repto para que fosse realizada uma alteração legislativa que permitisse às juntas ultrapassarem estes limites impostos por lei. «Deve haver uma excecionalidade para estas matérias, para as situações que envolvam fundos comunitários para intervenções na área social e saúde», defendeu. Já no que diz respeito às duas IPSS auxiliadas, a presidente da Câmara de Tondela destacou: «Com eles o nosso compromisso é o de apoiarmos em 50% a sua responsabilidade mensal junto da banca».
Lembrando a subida dos preços, em consequência da guerra e do aumento da inflação, que em alguns casos fez subir para o dobro o orçamento inicial das obras, a edil pediu «um apoio excecional» e que a tutela «em sede de reprogramação financeira destas candidaturas» acomode o diferencial de preços para que essa diferença, entretanto registada, «não seja tão gritante a diferença».
«Estas reprogramações são fundamentais, nós precisamos de executar o PRR e o Pares e precisamos de melhorar a nossa taxa de execução e eu não vejo melhor caminho do que este, o de privilegiar e favorecer aqueles que já têm as suas candidaturas aprovadas e que já estão a executar obra» argumentou.
Por sua vez, a diretora do Centro Distrital de Viseu da Segurança Social, Márcia Martins, recordou que, recentemente, foram aprovados oito projetos ao nível dos equipamentos e respostas sociais no concelho tondelense, quatro apoiados pelo PRR e outros quatro pelo programa Pares. «Os meus parabéns para o concelho que foi dos em que tivemos mais aprovações de candidaturas quer ao PRR, quer ao Pares», disse. «Só posso realçar o facilitar e felicitar igualmente o seu comprometimento na execução destas políticas públicas de combate à pobreza e à exclusão social», concluiu.