A Praia Fluvial da Albufeira de Vilar, ex-libris da região do Távora, é uma excelente escolha para quem opta por mergulhos em águas de topo, com paisagens idílicas. José Eduardo Ferreira, autarca de Moimenta Beira, dá-lhe mais razões para passar pelo seu município.
Literatura, espumante, maçã e castanha. A Praia Fluvial da Albufeira de Vilar também se pode juntar à lista de honra?
Sem dúvida que é, também, um ponto de destaque no município. A Barragem de Vilar, enquanto albufeira, foi construída especialmente para a produção de eletricidade e isso aconteceu há pouco mais de 50 anos. A barragem acaba por ter uma história muito enraizada naquele local, uma vez que a sua construção trouxe um conjunto de pessoas habilitadas em algumas áreas que ajudaram a desenvolver não só aquele espaço em concreto, mas também um pouco o concelho de Moimenta da Beira. A partir daí, o espelho de água que se constituiu acabou por ser aproveitado para efeitos turísticos. Direi que é, talvez, na região, o melhor espelho de água que está disponível para ser usufruído pelas pessoas. Há, ainda, uma conjugação perfeita entre a albufeira e as margens, as vinhas, os pomares, os soitos, proporcionando vistas excelentes. O legado natural é, de facto, muito bom. Felizmente foi, também, possível criar ali ótimas condições ao nível da água e da qualidade ambiental na sua globalidade, fazendo com que aquela área seja muita atrativa e frequentada, especialmente, no verão, por muitos milhares de pessoas.
A qualidade da vossa água é repetidamente reconhecida. Manter esse estatuto é algo que exige um trabalho e cuidados redobrados?
Essa é uma condição que nos deixa, evidentemente, muito satisfeitos. Ao longo do tempo, as análises são recorrentes e temos vindo a intensificar os meios para impedir que haja algum tipo de contaminação. Felizmente, isso tem sido conseguido e há uma chancela da Agência Portuguesa do Ambiente que, consecutivamente, tem valorizado aquele espaço, qualificando as águas como “excelentes”, como foi ainda o caso este ano. É a recompensa merecida pelos esforços empreendidos para preservar as condições naquela zona e dar a segurança que as pessoas têm que ter quando frequentam águas para banhos.
Quais os equipamentos disponíveis para os veraneantes?
Há vários equipamentos que as pessoas podem usufruir. Sob a alçada do município, existe um Parque de Campismo com todas as estruturas e serviços de apoio e um outro, embora congestionado, que é o Ar D’ Rio. Depois, temos algumas instalações privadas de qualidade, como um restaurante. Há uma outra área de lazer em cima da margem que é excelente e que tem, também, muita gente permanentemente a usufruir. Além disso, está a ser desenvolvido, para aquela área, um conjunto de outros projetos. O que é muito importante é que se consigam preservar as boas condições naturais que ali existem, porque, sem elas, nenhum investimento futuro fará sentido. Precisamos, portanto, de conciliar o desenvolvimento com a natureza e, felizmente, isso tem sido conseguido.
Qual a capacidade da área?
A praia fluvial, assim como é conhecida, pois não é a única a ser frequentada, tem capacidade para cerca de 700 pessoas. Mas depois há a margem de Moimenta da Beira, e também a do lado de Sernancelhe, que é frequentada por muitas famílias. Basta, aliás, deslocarmo-nos em qualquer dia, mas especialmente aos fins de semana, para verificarmos que há muitas pessoas ao longo das margens da Albufeira de Vilar. Acaba por ser uma área muito extensa a receber banhistas.
Que pessoas tendem a afluir à Albufeira?
Não é fácil categorizá-las, julgo até que não é possível. Não são apenas pessoas daqui, de Moimenta da Beira, nem sequer da região. Vêm de todo o país e até do estrangeiro. Digamos que, em termos de classes sociais, se é isso que me está a perguntar, a distinção é ainda mais difícil. Não há nenhuma, é todo o tipo de pessoas
O espaço costuma rececionar eventos?
O verão é mais dedicado a banhos e à fruição das margens. Temos ali, também excelentes condições para a pesca e para iniciativas que se enquadram, como o Encontro de Hidroaviões. Quanto a eventos de maior dimensão, eles não ocorrem, porque isso poderia colocar em risco as condições naturais de que falamos. É preciso ter muito cuidado. A nossa prioridade é a estabilidade ambiental que aquele espaço tem que ter e que é, aliás, a sua melhor característica e o que mais o distingue.
Quais foram as principais medidas concernentes à Covid-19?
Foi feito um trabalho que tem como base as diretrizes da Direção Geral da Saúde. Não houve grandes dificuldades em que as pessoas respeitassem as determinações do plano de contingência elaborado pela Câmara e aplicado àquela área. Quem nos visita tem usufruído com segurança daquele espaço para banhos e pode continuar a fazê-lo.
Que outros pontos turísticos sugere ao redor?
Temos imensos, com interesse, desde logo uma serra excelente que as pessoas podem visitar aqui mesmo ao lado. Para quem gosta de perceber que país é este, que produções temos e como produzimos, há excelentes vinhedos, pomares e soutos. Muito próximo da barragem, encontra-se o Santuário de São Torcato. Saliento, ainda, um conjunto significativo de monumentos no município, nas diversas freguesias, como um Santuário, em Castelo ou o Penedo da Fonte Santa, em Pera Velha. Se quisermos ir um bocadinho mais longe, já no concelho de Sernancelhe, temos a Senhora da Lapa, que é aqui muito perto também. Motivos não faltam para as pessoas se deslocarem à região e usufruirem das nossas ofertas culturais, sempre com calma e em segurança.