ARTIGO DE OPINIÃO: Pensar criticamente sobre o pensamento crítico

06/09/2022 10:10

Com a intenção de formar indivíduos capazes de responder de forma instruída e interessada a estes desafios atuais, “estar preparado para esta realidade é uma necessidade que se exige a cada cidadão” (Tenreiro-Vieira & Martins, 2011). Neste sentido a escola tem um papel fundamental na educação científica dos alunos. Assim, o papel da Escola é formar cidadãos que, segundo o Decreto-Lei 55/2018, têm de ser preparados para empregos ainda não criados, para tecnologias ainda não inventadas, para a resolução de problemas que ainda se desconhecem.

Nas dinâmicas de re (organização) curricular, a meta educacional, emanada na Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) (art.2,pto5) determina a preparação de “ formar cidadãos capazes de julgarem com espírito crítico” e só os professores são quem, na educação formal, pode efetivar esse desenvolvimento e verificar que ele acontece.

Na premissa “Aprender sem pensar é tempo perdido” Confúcio), frase que nos leva a questionar continuamente a nossa posição enquanto pessoas e, em particular, enquanto professores. Todos nós pensamos e a qualidade da nossa vida do que construímos depende, muitas vezes, da qualidade do nosso pensamento, pensando criticamente, criticando o modo de a conseguir.

Enquanto profissional, devo – no sentido ético – ensinar os alunos a pensar criticamente, potenciar aos alunos instrumentos para o sucesso, melhorar a qualidade dos seus saberes e serem cidadãos críticos, criativos e empreendedores.
Ser capaz de analisar de modo crítico o mundo em que vivemos, olhando criticamente, para os múltiplos dados que nos são presentes diariamente, é uma competência

A influência da Ciência e a Tecnologia nas sociedades contemporâneas reveste o conhecimento científico de uma importância inquestionável. A Educação em Ciências assume-se, hoje, como uma área central para a construção deste conhecimento e para o desenvolvimento de capacidades, que possibilitem aos indivíduos uma participação democrática racional e inovadora.

indispensável ao exercício de uma cidadania plena neste mundo cada vez mais complexo em que vivemos.
Ao analisar situações do quotidiano para as quais é necessário mobilizar conhecimentos matemáticos, científicos, compreende-se que, desde as finanças de casa aos desportos, dos impostos às lotarias, da segurança na saúde ao uso de novos medicamentos, os cidadãos são prementemente confrontados com informação que requer compreensão das literacias.

Em muitos países, defendem e preconizam, hoje, o ensino das crianças, da matemática e das ciências nos ensinos básicos e secundário, capaz de ajudar todos os alunos a pensarem por si próprios, a alcançarem uma participação esclarecida e racional nos diferentes contextos de vida, incluindo o intervir na resolução de problemas de âmbito local, regional, nacional e mesmo mundial, ou seja, colocam os alunos a pensar criticamente criticando.

Neste contexto emerge a importância do pensamento crítico como proeminente e estritamente ligado ao envolvimento informado racional com questões globais, socialmente relevantes, que abarcam a Literacia cientifica e a tecnologia.
Desenvolver o(s )pensamento(o) crítico e criativo é um dos novos desafios do século XXI. Assim emana o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PASEO), é importante que os professores, como elementos fundamentais na formação para a cidadania, desenvolvam profissionalmente capacidades e competências que os façam pensar e refletir sobre a realidade, isto porque, a velocidade em que acontecem as mudanças no mundo, são as futuras transformações que vêm impactando comportamentos da sociedade atual.

Temos que colocar os nossos alunos em confronto com a realidade e com o mundo real, embasando uma questão para reflexão citada por um grande autor Cury. A (2006, p.67) “de que adianta conhecer outros planetas se neste planeta há muitas misérias sem soluções?”

Bibliografia

Cury A.(2006). Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes. (1.a ed.). Academia de Inteligência. Tenreiro.C (2000). O Pensamento Crítico na Educação Cientifica. Instituto Piaget.

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