A Primavera é para muitas pessoas, o tempo das flores, do sol a romper e dos dias a crescer. Para outras, o tempo dos espirros, da comichão e do pingo constante no nariz.
São vários os sintomas que, para muitas pessoas, estão associados a esta estação do ano, sendo tipicamente a uma fase de surgimento de sintomas alérgicos e agravamento da rinite alérgica.
Mas afinal, o que é a rinite alérgica?
A rinite alérgica é uma inflamação da mucosa do nasal. Ela pode ter várias causas, mas os sintomas são muito semelhantes independentemente da causa. 1,2
O sistema imune de um doente com rinite alérgica reconhece algumas substâncias, que normalmente são inofensivas para grande parte das pessoas, como uma ameaça provocando reações de hipersensibilidade.2,3
A rinite alérgica é uma doença crónica muito comum em Portugal, não sendo uma doença contagiosa.1
O que causa a rinite alérgica? E porque é que fico pior na Primavera?
Quando estes sintomas surgem no tempo da Primavera, estes são causados maioritariamente por alergias aos pólenes. Estes pólenes estão presentes em ervas e árvores e são partículas muito pequenas e leves com capacidade de serem transportadas no ar, pelo vento, por longas distâncias.1,2,3
A alergia aos pólenes é a principal causa para os sintomas exacerbados na primavera, no entanto existem outros agentes que podem causar a rinite alérgica, como os ácaros do pó da casa, os bolores e alergia a animais domésticos.2,3
Quais os principais sintomas da rinite alérgica?
Os sintomas de rinite alérgica podem estar associados a determinada altura do ano, como é o caso da Primavera, ou existirem de forma mais permanente.
Os principais sintomas são os espirros, o corrimento nasal aquoso, congestão nasal e a comichão no nariz. Muitas vezes também pode existir tosse, dor de cabeça, comichão no céu da boca e na garganta e ainda olheiras.1,2,3
Como é que eu sei se tenho rinite alérgica?
A avaliação médica com uma boa história clínica e o exame objetivo são fundamentais no diagnóstico da rinite alérgica. O conjunto de sinais e sintomas típicos pode ser suficiente para fazer o diagnóstico de rinite alérgica.2
Poderão ser feitos testes para confirmar as alergias e perceber quais os agentes alergénios que estão na causa dos sintomas. Esta confirmação pode ser feita com testes cutâneos1,2,3 (prescritos pelo médico de família e realizados pelo médico de Imunoalergologia) ou análises de sangue1,2.
O que posso fazer para diminuir os meus sintomas?
As medidas mais importantes para diminuir os sintomas de rinite alérgica centram-se na evicção dos agentes que causam os sintomas, particularmente no ambiente doméstico e profissional.
Algumas das medidas que podem prevenir os sintomas são as seguintes1,3:
– Retirar ou lavar com frequência alcatifas, cortinados, cobertores e tapetes felpudos;
– Evitar ter no quarto livros, peluches e objetos que acumulem muito pó;
– Arejar e aspirar o colchão e almofadas com frequência;
– Lavagens e limpezas gerais frequentes com soro fisiológico ou “água do mar”;
– Evitar o contacto com animais domésticos e mantê-los fora de casa, se tiver esta alergia em específico;
– Consultar o boletim polínico e a previsão semanal dos pólenes em Portugal, por região (disponível em https://www.rpaerobiologia.com/boletim-polinico).
E se estas medidas não forem suficientes1,2,3?
Antes de fazer qualquer medicação é essencial que haja uma avaliação médica, no entanto de uma forma genérica estes são os medicamentos que podem ajudar no alívio dos sintomas de rinite alérgica:
– Sprays nasais com corticóide que vão melhorar os sintomas nasais;
– Anti-histamínicos que vão aliviar os espirros, a comichão e o corrimento nasal;
– Vacinas “anti-alérgicas”.
Os sintomas de rinite alérgica podem ser muito incómodos e interferir em muitas atividades de vida diárias, como um passeio pelo campo ou estar com animais domésticos. Caso tenhas estes sintomas, consulte o seu médico. A deteção de possíveis agentes causais e tratamento adequado podem melhorar muito a sua qualidade de vida.
Bibliografia
1 – Manual Educacional do Doente | Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunoalergologia
2 – Allergic Rhinitis Beyond the Basics | UpToDate
3 – Allergic Rhinitis | American College of Allergy, Asthma & Immunology
[English version]
(i)Health Literacy: Allergic Rhinitis
Spring is for many people the time of flowers, of the sun breaking through and the days growing longer. For others, it’s the time for sneezing, itching, and a constant runny nose.
There are various symptoms that many people associate with this season of the year, typically a time when allergic symptoms appear and allergic rhinitis worsens.
But what is allergic rhinitis anyway?
Allergic rhinitis is an inflammation of the nasal mucosa. It can have various causes, but the symptoms are very similar regardless of the cause. 1,2
The immune system of a patient with allergic rhinitis recognizes certain substances, which are normally harmless to most people, as a threat, causing hypersensitivity reactions.2,3
Allergic rhinitis is a very common chronic disease in Portugal and is not contagious.1
What causes allergic rhinitis? And why do I get worse in spring?
When these symptoms appear in spring, they are mostly caused by allergies to pollens. Pollen is found on grass and trees and is a very small and light particle that can be carried long distances in the air by the wind.1,2,3
Pollen allergy is the main cause of exacerbated symptoms in spring, but other agents can cause allergic rhinitis, such as house dust mites, molds, and pet allergies.2,3
What are the main symptoms of allergic rhinitis?
The symptoms of allergic rhinitis can be associated with a certain time of year, such as spring, or be more permanent.
The main symptoms are sneezing, a watery runny nose, nasal congestion, and an itchy nose. Often there can also be a cough, headache, itching of the roof of the mouth and throat, and dark circles under the eyes.1,2,3
How do I know if I have allergic rhinitis?
Medical assessment with a good clinical history and objective examination are fundamental in diagnosing allergic rhinitis. A set of typical signs and symptoms may be enough to diagnose allergic rhinitis.2
Tests can be carried out to confirm allergies and find out which allergens are causing the symptoms. This confirmation can be done with skin tests1,2,3 (prescribed by the family doctor and carried out by the Immunoallergology doctor) or blood analyses.1,2
What can I do to reduce my symptoms?
The most important measures to reduce the symptoms of allergic rhinitis center on avoiding the agents that cause symptoms, particularly in the home and work environment.
Some of the measures that can prevent symptoms are as follows1,3:
– Remove or wash carpets, curtains, blankets, and shaggy rugs frequently;
– Avoid keeping books, soft toys, and objects that accumulate a lot of dust in the bedroom;
– Air and vacuum the mattress and pillows frequently;
– Frequent washing and general cleaning with saline solution or “sea water”;
– Avoid contact with pets and keep them out of the house if you have this particular allergy;
– Consult the pollen bulletin and the weekly pollen forecast for Portugal, by region (available at https://www.rpaerobiologia.com/boletim-polinico).
What if these measures aren’t enough1,2,3?
Before taking any medication, a medical assessment is essential, but in general terms, these are the medicines that can help relieve the symptoms of allergic rhinitis:
– Nasal sprays with corticoids that will improve nasal symptoms;
– Antihistamines to relieve sneezing, itching and runny nose;
– Anti-allergy” vaccines.
The symptoms of allergic rhinitis can be very uncomfortable and interfere with many activities of daily living, such as walking in the countryside or spending time with pets. If you experience these symptoms, consult your medical doctor. The detection of possible causative agents and appropriate treatment can greatly improve your quality of life.
Bibliography
1 – Manual Educacional do Doente | Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunoalergologia
2 – Allergic Rhinitis Beyond the Basics | UpToDate
3 – Allergic Rhinitis | American College of Allergy, Asthma & Immunology