A Volkswagen anunciou na semana passada um investimento de 600 milhões de euros na fábrica de Palmela, para modernização e descarbonização.
A AutoEuropa irá produzir um novo modelo da Volkswagen, que chegará ao mercado em 2026, e assegurar a manutenção dos 5 mil postos de trabalho, colocando um ponto final nos receios sobre o fecho da fábrica.
Há pouco mais de 30 anos, o governo português da altura, assinava com a Volkswagen e com a Ford um acordo para a instalação de uma fábrica de automóveis.
O projeto representou o maior investimento estrangeiro de todos os tempos em Portugal, transformando-se no maior exportador nacional e transfigurando a economia do nosso país através de um elevado nível de industrialização.
A AutoEuropa é um excelente exemplo de como o Estado é necessário na economia, através da captação de novos investimentos de valor acrescentado.
Passados quase trinta anos, a realidade tem duas faces distintas: o sucesso da Autoeuropa de um lado, do outro a inexistência de novas AutoEuropas.
O Estado continua a ter e terá um papel relevante na captação de investimento estrangeiro e na criação de condições materiais e humanas para que as empresas se possam instalar, trabalhar, desenvolver e permanecer em Portugal.
O trabalho de casa não está a ser feito.
Para exemplo não necessitamos de ir muito longe, basta passar a fronteia.
Espanha já ficou com a produção de elétricos e uma fábrica de baterias do Grupo Volkswagen.
Para os economistas liberais mais ortodoxos, esta intromissão do Governo no mundo dos investimentos constituiu uma entorse ao funcionamento livre dos mercados. Mas a realidade é que esta iniciativa passou a representar cerca de 5% do total das exportações portuguesas e 1,5% do nosso PIB. Sem sombra de dúvida um sucesso notório, impossível de ignorar. De tal forma que, quando um estrangeiro nos questiona sobre quais são as nossas principais exportações, temos de engolir em seco para não confessar que são originadas por uma única fábrica da Volkswagen.
Novas autoeuropa
Estado vs incitaiva privada
Papel relevante do estado na captação de investimento estrangeiro e na criação de matérias e humanas para que as empresas se possam instalar, trabalhar e desenvolver a sua atividade e continuar investir.
No final da atual década, vai ser preciso decidir onde fazer novos investimentos para novos modelos. Espanha já ficou com elétricos e uma fábrica de baterias, mas Gunther garante que Portugal continua relevante.