ACERT dedica programação aos 50 anos do 25 de abril

10/01/2024 19:32

A ACERT – Associação Cultural e Recreativa de Tondela tem as celebrações dos 50 anos do 25 de abril como mote para a sua programação anual.

Na conferência de imprensa de apresentação da programação para os meses de janeiro, fevereiro e março, o Diretor Artístico, José Rui Martins, recorda que a ACERT, criada em 1976, tem uma ligação muito forte à Revolução dos Cravo.

«Um grupo de jovens, nessa altura, a forma que encontrou de viver o 25 de abril no interior, foi criar um grupo de Teatro que conseguisse sentir esse marco histórico, numa região conservadorista moral e política», explica.

«Na altura não queríamos formar a ACERT que é hoje, queríamos, apenas, viver aquele momento. E essa espontaneidade tem marcado os 48 anos de história desta casa», acrescenta.

Quanto à programação anual, José Rui Martins adianta que esta não terá «nenhum rasco com os anos anteriores», mantendo uma mesma linha.

Ainda sobre o mote do 25 de abril, o outro Diretor Artístico da casa, Pompeu José considera que «a ACERT e a Trigo Limpo, em partilha com a comunidade, tem pugnado por fazer cumprir abril no dia-a-dia».

Pompeu adianta que, em 2024, será feito um espetáculo especial que tenta «refletir sobre os 50 anos de 25 de abril, através da obra de Eduardo Lourenço e da sua visão de Portugal e do Mundo».

Apesar de desvendarem alguns dos trabalhos que serão promovidos durante todo o ano, para já só foi apresentado o programa para o primeiro trimestre. Durante os primeiros três meses haverá um concerto de Tiago Nacarato, teatro de improviso, regressos e novas criações. Outro dos destaques, ainda que por confirmar, é a possibilidade que está em cima da mesa de alterar o recinto onde acontece a “Queima e Rebentamento do Judas”, para que o mesmo possa ser assistido por mais pessoas.

Uma dezena de espetáculos «pensada para todos os públicos, incluindo as famílias e o público escolar»

Com uma forte presença na programação do primeiro trimestre, a música chega à ACERT a 13 de janeiro, pelas 23h00, com o início dos cafés-concertos. Entre o jazz e o clássico, Miguel Marôco apresentará alguns dos seus temas do EP “Noite” e álbuns “Marôco” e “A Eternidade”.

Segue-se, no dia 20 de janeiro, pelas 23h00, a banda local Godbless, que ao som do pop e rock dos anos 80 e 90 dará um concerto para todas as gerações.

O destaque musical deste trimestre é a atuação de Tiago Nacarato, a 28 de janeiro, pelas 21h45. O artista apresentará o seu segundo disco, “Peito Aberto”, e tocará, em exclusivo, alguns temas ligados à Revolução de Abril.

Até ao final de março, haverá lugar, ainda, para a atuação do DJ “No Brega”, a 12 de fevereiro, véspera de Carnaval, no Bar ACERT, pelas 23h00. No dia 2 de março, o coletivo Sul mostrará que o jazz é um estilo musical onde o fado e a música tradicional têm um lugar de eleição. Por fim, na noite de Queima e Rebentamento do Judas, haverá um café-concerto de Sonhos Rotos, uma banda de covers de rock e hip-hop.

Além da música, como não poderia de deixar de ser, o teatro estará em força nesta programação, com oito espetáculos «que desafiam convenções e convidam à reflexão».

A agenda teatral de 2024 abre com o mais recente espetáculo do Trigo Limpo teatro ACERT, o “Museu do Esquecimento ou vamos mudar o mundo!”. A peça reflete sobre a paralisia provocada pelos medos instalados e leva o público ao encontro da possibilidade de um novo mundo.

Em fevereiro, no dia 3, pelas 21h45, “O Dia Depois de Amanhã”, da companhia Gambozinos e Peobardos, apresenta um espetáculo que é uma narrativa onde a realidade e a ficção se confundem e o passado e o presente de antigos combatentes da Guerra Colonial entrelaçam-se com o conto “O Ultramar” de António Manuel Gomes.

Nos dias 9 e 10 de fevereiro há café-teatro no Bar ACERT. O grupo de teatro amador da ACERT – (H)aver teatro apresenta a peça “Maleitas de Portugal”. Um espetáculo que parte da matéria do programa “Mixórdia de Temáticas, de Ricardo Araújo Pereira.

Já a Companhia Peripécia Teatro traz “A Idade do Cacifo”, no dia 16 de fevereiro, pelas 21h45, e a companhia galega PISTACATRO estreia “Circo Filarmónico”, em que os artistas galegos farão uma reencenação ao lado da Orquestra de Sopos do CMAD.

“Aloha!”, do Tripo Limpo teatro ACERT, regressa no dia 27 de fevereiro, pelas 21h45, e em março, a 9 de fevereiro, pelas 23h00, o Bar ACERT será palco da peça de Teatro de Improviso da companhia Ervilha no Topo do Bolo “Ervilha na Vila. Nesse mesmo dia, entre as 14h e as 18h, realizar-se-á uma oficina de clown e improviso dirigida por este grupo.

Vinte anos depois da sua estreia e primeira apresentação na ACERT, a companhia espanhola Xirriquitela Teatro regressa com “Papirus” a 16 de março, às 21h45.

Já as famílias continuam a ser convocadas a participar, promovendo o encontro de gerações e a exploração das emoções em conjunto. No dia 10 de fevereiro, pelas 11h00, sobe a placo “Queres que Eu Te Conte?”, do Trigo Limpo teatro ACERT, um projeto de narração oral, que parte dos contos que fazem parte da memória coletiva para entrar num espaço de encontro entre gerações.

Já em março, no dia 9, entre as 11h00 e as 13h00, a oficina “Desembaralho das Ideias e Emoções”, promovida pela psicóloga Alexandra Matos, convida a embarcar numa jornada interior explorando emoções primárias com o medo, a raiva, tristeza ou alegria.

No primeiro trimestre, a ACERT acolherá duas exposições. A primeira é uma estreia e estará patente entre os dias 27 de janeiro e 9 de março. “Já Não Se Contam Ovelhas para Dormir?”, de Andrea Inocêncio é uma mostra que homenageia as pastoras da Serra do Caramulo. A partir de 16 de março, pelas 18h00, as Galerias da ACERT renovam-se com a exposição “Retalhos” de Tiago Sami Pereira, um trabalho que exibe um mundo surreal habitado por figuras imaginárias expressivas e formas distintas.

As escolas voltam a passar pela ACERT para assistir aos espetáculos “Museu do Esquecimento ou vamos mudar o mundo!”, “O Dia Depois de Amanhã”, a “Idade do Cacifo”, “Aloha” e “Papirus”.

A programação de janeiro, fevereiro e março termina com a «habitual explosão de criatividade e alegria da Queima e Rebentamento do Judas», um espetáculo multidisciplinar comunitário, onde se antecipam novos encontros, uma nova dramaturgia e o habitual envolvimento comunitário. Conforme referido, anteriormente, a ACERT e a Autarquia de Tondela estão a equacionar a mudança de local, com o objetivo de que espetáculo seja assistido por mais pessoas.

Os bilhetes para os espetáculos já estão disponíveis em acert.bol.pt ou na bilheteira física da ACERT.

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