900 anos da Carta de Foral vão marcar o calendário cultural de Viseu 

01/03/2023 19:43

Com destaque no dia de abertura da Bolsa de Turismo de Lisboa e integrado no stand da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, o município de Viseu confirmou já os primeiros nomes que vão passar pela mítica Feira de São Mateus. 

Carolina Deslandes, que marcou presença durante a apresentação, faz parte do leque, composto, ainda, por Slow J, Mariza, Xutos&Pontapés, Pedro Sampaio e Giulia Be. A edição 631 começa, este ano a 10 de agosto e termina a 21 de setembro. De manhã decorreu, também, um showcooking pela mão do chef, com estrela Michelin, Diogo Rocha. 

Mas as novidades não se ficaram por aqui. Em 2023, as atenções vão estar centradas na celebração dos 900 anos da doação, de D. Teresa, da Carta de Foral a Viseu. Como explica a vereadora Leonor Barata ao Viseu Now, a Carta de Foral «é muito importante, porque é o documento que nos define como território, mas também porque aparece 20 anos antes do Condado Portucalense se tornar independente, o que mostra a importância do nosso território na própria construção da nacionalidade e que somos um centro urbano, urbe, há 900 anos.»

«As comemorações não têm o objetivo de ser passadistas, nem revivalistas, ao contrário. Estes 900 anos orgulham-nos, mas também nos responsabilizam. Temos de continuar a projetar-nos para o futuro», acrescenta.

O arranque das recriações vai acontecer em maio, com um desfile e ceia medievais, que contarão com o envolvimento da comunidade. «Haverá espetáculos de música ao vivo no centro histórico, artistas de rua, mas igualmente conferências, não só sobre o papel histórico que a Carta de Foral teve e as suas consequências para o nosso desenvolvimento, mas também acerca de coisas mais abrangentes. Por exemplo, a D. Teresa pode ser um bom pretexto para falarmos no poder no feminino, como ele é exercido, ou para abordarmos sobre a questão do poder local e da sua autonomia ou não.  E por isso vamos ter muitos convidados, ao longo deste tempo, que vão ajudar a refletir sobra a nossa própria identidade, mas, mais importante do que isso, a projetar-nos no futuro.»

Leonor Barata fez, igualmente, referência aos «clássicos» da agenda cultural da cidade, que designou como «exigente» e «musculada», que ser estende de março a dezembro e que inclui a guardiã das feiras populares. «A Feira de São Mateus é o nosso evento. A cidade muda e é o que nos traz o maior número de visitantes. Esta ano associam-se os 900 anos da Carta de Foral. A D. Teresa vai visitar a Feira de São Mateus, vai haver desfiles medievais no recinto. A própria cidade dentro da cidade também comemora, apesar de ser mais nova, pois só tem 600 e tal anos.»

Quanto à presença do município de Viseu, na BTL, no âmbito da CIM Viseu Dão Lafões, a vereadora da Cultura refere que «é uma estratégia muito eficaz».

«Nós, sozinhos, não chegamos lá. Como diz aquele provérbio: sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe! Estamos dentro de uma comunidade que tem um património inacreditável e temos que trabalhar em rede para que essas coisas possam funcionar, no sentido de o próprio turista fazer esse mecanismo e, portanto, eu vejo isto quase como uma coisa óbvia. Era “evidente” que nós tínhamos que estar integrados na CIM. Quando à nossa presença aqui, a importância é a dos encontros. Por exemplo, agora está o Diogo Rocha a cozinhar e estive a comer um pastel de Vouzela. Neste encontro há uma partilha, que é muito diferente da questão de: “eu venho apresentar, tu vens apresentar”. Por outro lado, também acho que, da mesma maneira que vimos partilhar, também nos inspirarmos e vemos quais são as boas práticas que estão a ser exercidas e onde podemos, de alguma maneira, inspirar os outros.»

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